Naquele início de noite, passava pela rua mais movimentada do centro de sua cidade quando notou aquele olhar. Em poucas frações de segundo, notou que não era um olhar qualquer. Aqueles eram olhos de desejo. Cruzaram-se ainda olhando um para o outro, e não pôde evitar um sorriso. Também tinha gostado do que acabara de ver. Sim, acabara de ver...
O que poderia fazer além de ver e sorrir? Correr atrás, pedir o telefone? Impensável! Estranhamente, sentiu vontade de olhar novamente. Virou-se para trás e, batata: ainda era o alvo daquele olhar. Seguiu em frente e o gesto de olhar para trás se repetiu por mais duas ou três vezes, sempre correspondido pelo olhar alheio. Da última vez que olhou, não viu. A multidão já tinha se encarregado de separá-los.
Para sempre?
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