21.2.07

O ano em que passei o carnaval no cinema...

"Babel" e "À procura da Felicidade": dois bons filmes que o blogueiro só pôde conferir, com o habitual atraso de sempre, no carnaval off-folia...

Muito sol e dois filmes preencheram meus momentos de folga nesse atípico carnaval em que vesti - ainda que não literalmente - a fantasia de operário. Sim, para tudo há uma primeira vez na vida, e essa foi a primeira vez em que passei o Reinado de Momo trabalhando. Já posso dizer que em 2007 fiz algo que, de fato, nunca tinha feito antes!
Bem, o badalado "Babel" e "À procura da felicidade" foram as pedidas cinéfilas. Ambos interessantes, cada qual à sua maneira. E acho que os dois também têm fraquezas...
O primeiro, candidato ao Oscar de melhor filme, é dirigido por Alejandro González Iñárritu. O roteiro reúne quatro histórias, passadas em diversos pontos do planeta, para discutir temas como a intolerância e as barreiras sociais e culturais. Ora mostrando um personagem no melhor estilo "american yuppie", que acha que o dinheiro paga tudo, ora mostrando a pecha de terroristas estampada na carne dos povos árabes (pelo mesmo "american way"), González faz um bom trabalho. Mas eu tenho uma séria implicância com a japonesinha surda-muda que aparece, vez por outra, levantando a saia e demonstrando estar prestes a subir pelas paredes! Pra mim, é a mais desgarrada das quatro tramas e, ainda que haja um gancho que a prenda às demais, penso que seja frágil demais. Quase uma acochambrada...! Mas, falado em cinco línguas e filmado em três continentes, a obra pode abocanhar sim o troféu carequinha da Academia. E tem o Brad Pitt, em franca ascensão como ator. Bela cena na parte final, chorando ao telefone ao falar com o filho. Ponto pro marido da dona Jolie...
"À procura da Felicidade", dirigido pelo italiano Gabriele Muccino, é cinemão, no sentido mais comercial que essa expressão pode ter. Baseado numa história real, o filme leva para as telas Will Smith e o filho, Jaden Smith, para contar a trajetória de um americano comum, que comeu o pão que o diabo amassou até vencer na vida (ops, desculpe-me, mas precisava dizer isso, embora seja parte do fim da história). Will, habituée das comédias bobocas, acerta o alvo ao criar o seu Chris Gardner. Acerto, aliás, que pode lhe render o Oscar de melhor ator no próximo domingo. O filho do astro é uma graça e, embora beire em alguns momentos aquele estilo "criança-anã", comove em cenas como a do banheiro do metrô. A mais comoventes das passagens, no entanto, é decisiva para o protagonista. No olhar de Will Smith é possível notar toda a força, a garra e a alegria do homem que, enfim, vive um breve momento chamado "felicidade". É quase um filme de auto-ajuda, mas acho bacana.
Dois bons filmes, que não me deixaram arrependido de pagar para ir ao cinema nesse carnaval. Recomendo...

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