28.12.06

Aqui, lá...onde?

Ia em frente, coração apertado dentro do peito, olhando a paisagem passar correndo na janela do ônibus. Tinha horas em que a saudade apertava, corroía, martelava em sua cabeça. Secava a boca e inundava os olhos. Saudade da voz e do som da respiração. Nessas horas, em meio a uma sinfonia de ruídos ao seu redor, o som daquela ausência era o que mais lhe incomodava.
Naquela tarde estava assim, perturbado por aquele vazio. Ouvia uma música, buscava distração, e a cantora anunciava: "estou lembrando menos de você, falta pouco pra me convencer que sou a pessoa errada.". Mentira, pensou. Na vida real, pensava sempre em ligar. E sempre desistia. Como na música, também tentava aparentar frieza. E também não dava...
Notava, na janela, passar um tudo que lhe parecia nada. Buscava aquele olhar tão lindo, puro e doce. Daria tudo para tê-lo novamente diante de seus olhos. Queria ver aqueles olhos uma vez mais. Uma única nova chance de, ao menos uma vez, fazer-se ver também.

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