Um filme sobre um grupo de músicos e cantores, idosos, moradores de uma casa de repouso, que têm a convivência alterada a partir da chegada de uma nova habitante, outrora grande estrela do canto lírico. Em linhas gerais, é assim que "O quarteto" vem sendo vendido pelas sinopses de cadernos de cultura e sites especializados em cinema. Um resumo exageradamente reducionista...
O filme marca a estreia de Dustin Hoffman na direção e oferece ao público um delicado olhar sobre o envelhecimento. É possível lidar bem com o fato de sermos podados pelo tempo? Como suportar o fato de não conseguir mais fazer o que antes parecia tão natural? Dá pra conviver com a ideia de que a cada dia passaremos a brilhar um pouco menos?
Todas essas perguntas fazem parte de reflexões universais. No longa, são potencializadas pelas trajetórias dos velhinhos artistas, donos de passados gloriosos, futuros abreviados e de um presente marcado por subtrações...
Parece amargo, deprimente? Não é! Longe disso: o filme tem momentos de boa comédia inglesa, alternados com sequências que são muito felizes ao retratar a velhice como uma fase em que, sim, é possível ser produtivo, criativo, divertido...vivo! E, sim, que enquanto estamos vivos, temos tempo de rever posturas, mágoas e sentimentos...
Deixei o cinema feliz da vida! Me vi na tela daqui a uns quarenta anos. Vi alguns amigos também. E torço pra que a gente seja, em 2053, uma turma tão animada quanto a que o filme mostra...
Recomendo!
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