6.12.10

Sobre o aprendizado com as marcas na alma...

Se fosse há um tempo, afirmaria ter a capacidade de superar tudo e mergulhar novamente em você. Deixaria de lado as incertezas, os temores, as fraquezas e deixaria esse sentimento aflorar, dominando minhas atitudes e pensamentos. Entraria de corpo e alma nessa paixão, de peito aberto, com a pretensão de ser forte o bastante para superar eventuais decepções ou mesmo alguma artimanha do destino.
Mas isso, se fosse tempos atrás. Hoje, não mais...
Amadureci com as pancadas da vida. E não vejo isso com amargura. Se amadurecer é ganhar marcas no rosto é, também, colecionar algumas delas na alma. E essas, mais profundas que as da pele, servem para deixar gravados em nós os momentos em que nos perdemos e deixamos que uma fraqueza de momento virasse uma dor prolongada. Marcas de erros passados, que podem ajudar a evitar equívocos futuros...
Aprendo muito olhando para essas minhas marcas. Aprendo que nem todos os amores são eternos - mais que isso; são raríssimos os que de fato duram e, entre esses, ainda mais raros os que, de fato, são amores. Aprendo que apenas o encontro de duas pessoas boas e que se gostam não é o bastante para fazer delas um par feliz. Aprendo que, em alguns casos, o melhor a fazer é dizeu adeus. Mesmo que isso não traduza nada do que sentimos...
Com essas marcas e com  o amadurecimento aprendi, sobretudo, que nada é definitivo. E que pode ser melhor dar um dolorido adeus agora para, quem sabe, ter o prazer de um afetuoso reencontro depois...

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