10.10.10

O taxista maconheiro e o Cristo flutuante...

Na última sexta-feira, dia do meu aniversário, tomei um táxi com meus amigos na Lapa. Um fato corriqueiro. Da Lapa até o Humaitá, com uma pequena parada em Copacabana para deixar uma amiga e pegar outra. Pouco mais de 10 minutos. Coisa simples...
Mas eis que, logo no embarque, senti uma vibe no taxista. Eduardo cantava as músicas que o DVD automotivo executava. Ria despurdoradamente e falava alto. Poderia ser apenas bom humor. Mas logo notei que havia algo mais operando naquele indivíduo:
- Rapaz, acho que teremos problemas se pararmos no bafômetro, hein? - adverti
- Ihhhhh, que nada! - respondeu, gargalhando - O bafômetro aqui não pega nada...
E tome cantoria. Meus amigos e eu começamos a rir daquela figura. E eu logo desvendei o enigma:
- O que você tomou não era de beber, né? Era de fumar!!!
Eduardo gargalhou! Sim, meus caros, ele tava todo trabalhado na maconha...
- Amigo, se todo mundo desse um tapinha antes de dirigir, o trânsito seria muito melhor. Quando um piscasse o farol, o outro daria passagem, ninguém ia buzinar, não ia ter estresse. - e tome risadaria.
No som do carro, Zélia Duncan cantava Saúde, de Rita Lee. Eduardo cantava alto, batia palmas e fazia o coro do backing vocal - "uh-uh-uh-uh-uh-uh / uh-uh-uh-uh". Um show. O carro seguia pelo Aterro, com eventuais deslizes do nosso condutor, até que ele soltou uma típica pérola de quem está com a cabeça feita. Olhando para o Corcovado, deslumbrou-se:
- Olha o Cristo! Caramba! - pausa para apreciação - parece até que tá voando...
E essa foi só uma das muitas tiradas do taxista-doidão. A corrida daria um livro - indicado para maiores de idade. Mas prefiro parar por aqui...
Felizmente, Cristo não estava flutuando. E estava bem ligado na missão de nos proteger: chegamos sãos e salvos ao destino e a festa foi ótima.

PS.: O B@belturbo adverte: pegar táxi com um motorista doidão pode ser muito prejudicial à saúde. Take care, ok?

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