30.1.07

Grande maçã x Batatas podres

O trabalho nas madrugas - como já era de imaginar - alterou completamente o meu bioritmo. Resultado: mesmo em dias de folga, como ontem, nada de sono no horário convencional. No máximo, um cochilinho no meio da madrugada. Bom pra ver um pouco de televisão, algo que já não fazia há tempos. No GNT, vi a reprise do Manhattan Conection. Sempre interessante, o programa capitaneado pelo Lucas Mendes lá de New York City abordava os favoritos (e azarões) na corrida pelo Oscar. Debate interessante sobre um assunto, pra mim, enjoadíssimo!
Na Globética, vi o Globo Rural. Não, não tenho fazendas, gado nem nada! Mas acho o programa bem feito e instigante (desde quando era moleque e via com meus pais, nas manhãs de domingo). E foi no meio de matérias sobre a previsão do tempo, a cultura do bicho-da-sêda e o preço do boi gordo que algo me penalizou.
Era uma reportagem sobre a colheita de batatas, em regiões do sul do país. A tecnologia entrou com força nas roças, a produção aumentou muito e o preço desabou - como reza a lei da oferta e da procura. O prejuízo é tamanho que, para muitos produtores, colher o produto só faria as despesas ainda maiores. Resultado: toneladas e mais toneladas de batata apodrecendo. Em alguns casos, doações têm sido feitas para as parcelas mais carentes da população. Em outros, nem isso.
O que mais me chocou - além de tanto alimento estragando num país em que tanta gente ainda precisa de algo para comer - foi a entrevista de um produtor. Chorando, ele se queixava de ver o fruto do trabalho de um ano inteiro ir para o lixo. Era um choro sentido, dolorido mesmo. Fiquei com muita pena do cara...
Bom, acho que me sensibilizei porque tenho vivido para o trabalho ultimamente - e essa não é uma queixa. Só que, para minha felicidade, faço um trabalho reconhecido - e que me dá prazer. E imaginei como sofrem aqueles que, no fim de todo o esforço, percebem que não valeu de nada.
Bela matéria! Para os que levantam cedo, vai a dica: o Globo Rural continua um programão!

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