5.8.11

Yes, I ♥ NY



Jamais vou esquecer a primeira visão que tive de você: imponente, com seus edifícios se erguendo no horizonte, cada qual mais alto e impressionante que o outro. Era de tarde, era verão. O céu estava azul e você parecia bem mais quente que nos filmes. Mas te reconheci no Empire States: era você, Nova Iorque, desnudando-se para meus olhos sedentos das aventuras, das paisagens, dos cheiros e dos sabores que, eu já sabia, você trataria de me revelar.

E revelou! Revelou o aroma do hot dog que se espalha por todas as suas esquinas, a explosão de luzes da Times Square, a tranquilidade dos gramados do Central Park e o burburinho da 5th Avenue. Você se mostrou pra mim chuvosa e ensolarada, de noite e de dia. Simples como um passeio de bicicleta e sofisticada como o interior dos teatros de sua Broadway de tão fantásticas produções.

Eu te olhei de cima do Rockfeller Center, vi tua cicatriz mais profunda e dolorida no Ground Zero e sofri com o calor absurdo de tuas entranhas enquanto esperava o metrô nesse verão escaldante. Fui feliz tomando café, smoothies e dançando nos teus clubs, nos teus embalos que vão de segunda a segunda! Comprovei que você realmente não para e nunca dorme! Vi teus táxis passarem por tuas ruas e avenidas e me senti mergulhado num filme. Cruzei você passeando numa limousine e me sentindo dentro de um sonho muito bom. Que, como todos os bons sonhos, também estava fadado ao fim...

Cheguei até aí com os dois pés atrás. Não tinha uma boa imagem da tua gente, tinha receio de não me adaptar ao teu ritmo frenético e me sentia inseguro quanto à capacidade de me comunicar com a tua língua. É com um largo sorriso que assumo: estava triplamente enganado. E é ciente desse triplo equívoco que anuncio: eu te amo, Nova Iorque! E espero te rever logo!



Um comentário:

Raquel Med Andrade disse...

Que legal ler isso, Murilo!
Esse texto emocionado e emocionante foi um contraponto necessário ao (pré)conceito que dominava meus sentimentos quando o assunto era NY. Como a maior parte das pessoas, sempre reconheci - e admirei - o fato dessa ser a mais cosmopolita das cidades, mas também me ative à ideia de que toda essa Babel seria repelente e malvada com quem é estrangeiro...Bom saber que a recepção pode ser tão melhor!
Beijos